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Reis do Rompimento Primeira Liga (RRPL) e a Liga KnockOut são 2 das principais ligas de rompimento da Lusofonia. Tiveram o seu primeiro frente a frente no Elinga Teatro, em Luanda, no dia 14 de Junho de 2014. Ontem, 25 de Setembro, Fly Skuad, acabou por ocupar mais uma página no livro da história do Hip Hop Lusófono,
unindo pelo Rompimento (Rap) pela segunda vez Portugal e Angola,
levando para Lisboa o primeiro evento de Rompimento internacional.
Depois de Angola Vs Portugal em Luanda, Angola Vs Moçambique em Luanda, foi a vez de Portugal Vs Angola
em Lisboa. Mente Magika, Tchiwanga, PunchLinero e Tanay-Z representam
Angola enquanto Portugal esteve representado por Jotta R, Young,
BreakOut e Winne.
Os Gladiadores Portugueses contavam com o factor casa para partirem em vantagem na batalha, mas ao que parece o Movimento Hip Hop Tuga não deu o devido valor ao evento e isto não impediu que mais uma vez Fly Skuad e a sua equipa tivessem casa cheia. Isto porque a comunidade Angolana, em particular e aos PALOPS em geral, apareceu em peso no King & Queens
para prestigiar os seus Gladiadores favoritos, mas para registarem na
história e verem pela primeira vez ao vivo, um clássico do Rompimento em
português, como diria Fly Skuad.
Os
Gladiadores angolanos venceram o cansaço de quase 4 dias de viagem para
representarem da melhor forma o Hip Hop Angolano. Estavam em casa,
começando pelo clima em Lisboa que está a despedir-se do Verão e ainda
está parecido ao de Angola nesta altura, e pelo clima criado pelo
público que encheu a sala. O plateia mostrou que não anda (nem um pouco)
alheio ao trabalho dos Gladiadores, acompanhando e vibrando com as
rimas e entoando os seus slogans.
Tanay Z Vs BreakOut
O
MC de Benguela não deu hipóteses ao seu adversário. Abusando dos seus
duplos sentidos e trocadilhos, mostrou logo nas primeiras barras que
tinha a lição bem estudada. BreakOut tem qualidade e mostrou isto durante a batalha, mas não o suficiente para complicar a vida do Mc da RRPL.
Tchiwanga Vs Young
Uma das batalhas mais equilibradas. Young pareceu bem preparado, mas acabou entrando na conversa de Tchiwanga
e acabou fugindo do que tinha definido para a batalha dando desta forma
vantagem ao MC angolano, que não poupou esforços para transformar o
rapper Português num verdadeiro Puto (Young).
PunchLinero Vs Winne
Foi a batalha fácil da noite, no caso, pendendo para o angolano. Winne fez-nos lembrar Paizão dos dias de hoje, pois fez um bom primeiro round, mas acabou perdendo o Norte nos rounds
seguintes, e permitindo que o prodígio do Palanca, PunchLinero, o
fuzilasse. Ponto negativo para o rapper Português (com sangue angolano)
por tentar partir para a violência, tentando intimidar com ameaças o seu
adversário. PunchLinero não se deixou intimidar, muito pelo contrario, acabou pegando mais pesado no round a seguir, levando o público a pedir para que batalha terminasse antes do tempo, pois estava a humilhar o adversário.
Mente Magika Vs Jotta R
É
muito simples descrever esta batalha, um clássico. A batalha da noite,
dois MCs muito bem preparados, um toma lá dá cá autentico. Barras duras
de ambas as partes, 3 rounds de auto nível dos dois Gladiadores, outro
nível mesmo.
Jotta R
é um MC inteligente e que sabe fazer (muito bem) a lição de casa. Rimas
contextualizadas e que deixaram todos preocupados, pois, parecia que
iria superar o Rei do Rompimento Angolano. Mas não, Mente Magika,
mais uma vez, usou bem os seus recursos, parecidos aos de Jotta R.
Acabou tendo “vantagem” no sorteio (Jotta R começou), o que lhe permitiu
usar, e bem, uma das suas melhores armas, a sua capacidade de
contrariar as rimas dos adversários. Mente Mágika usou e abusou da sua capacidade de freestyle, que usou para retirar o efeito de algumas barras bem conseguidas de Jotta R, e ainda desafiou o Mc Português a fazer o mesmo.
Um clássico autêntico, por enquanto podemos classificar como a melhor batalha de sempre entre 2 rappers lusófonos.
O que dizer de Fly Skuad?
Sonhar
não é pecado, mesmo quando parece impossível para o resto do mundo.
Transformou uma liga de rua em uma liga de nível internacional. Sem
apoios, começou esta batalha que hoje une países pela rima, pelo
rompimento. Fly Skuad tem, certamente, o seu nome
escrito na história do Hip Hop Lusófono. Tem feito o que muitos com
vários recursos tentam e não conseguem. Já anunciou que o próximo passo é
levar os seus Gladiadores a Moçambique, e claro, hoje ninguém duvida
que acontecerá.
Para conseguir realizar esta batalha em Lisboa, passou por vários obstáculos, daqueles que levariam qualquer um a desistir, mas Fly Skuad não é qualquer um.
Como exemplo, foram os 2 dias (de Quarta à Sexta) que os seus
Gladiadores e equipa de Produção (5 pessoas) ficaram no aeroporto de
Paris (França), cidade que estava definida como ponto de escala para
Portugal, que no final acabaram por regressar para Angola, por vários
motivos apresentados pelas autoridades Francesas. À menos de 72horas do
evento, Fly Skuad não cruzou os braços e movimentou-se
ao ponto de conseguir novas passagens, desta vez directas, para leva-los
para Lisboa. Contou com o apoio de C4 Pedro neste
empreitada, que patrocinou passagens, usou da sua influência para
conseguir muitas outras coisas, é sem duvidas um dos grandes
responsáveis pelo sucesso do evento. Vale também lembrar que fez uma
batalha com o Fly Skuad, grande cena.
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